Na série de perguntas que recebemos no consultório, é comum as pessoas se preocuparem com o valor dos batimentos cardíacos, que por vezes podem estar muito baixos, ou em outras, muito elevados.
Em primeiro lugar, qual são os valores de normalidade dos batimentos? Se aceita como normais valores acima de 60 e abaixo de 100 batimentos por minuto. Esses valores ditos normais variam MUITO com a idade (crianças tem coração naturalmente mais acelerado), peso (obesos tem coração mais acelerado) e com a prática de atividades físicas, além da própria variação individual de cada um.
Como medir os batimentos? Podemos medir pela pulsação em várias partes do corpo ou pela ausculta do coração (essa em geral feita pelo profissional de saúde). É importante que essa medida seja feita em repouso de pelo menos uns 5 minutos, a fim de eliminar o efeito do exercício nessa medida. Conta-se o número de batidas durante um minuto e temos nossa frequência cardíaca.
Pessoas que tem essa frequência cardíaca menor que 50 batimentos por minuto tem BRADICARDIA. Essa bradicardia pode ter várias causas, e muitas vezes não significa uma doença. A causa mais comum de bradicardia é o bom condicionamento físico. Assim, quanto mais exercícios você pratica, mais lento vai bater o seu coração quando em repouso. Pessoas saudáveis com bradicardia em geral não sentem nada e tem boa condição física.
A BRADICARDIA pode significar alguma doença, em geral quando associada a alguns sintomas, como tonturas, fraqueza, intolerância a esforço ou desmaios. Nessa situação podemos encontrar alguns “bloqueios” no coração (que serão tratados com uso de Marcapassos, aparelhos que estimulam o coração), além de outras doenças como Hipotireoidismo, Hipotermia, alterações de eletrólitos no sangue, ou ainda pelo efeito de alguns remédios no coração. Assim, quando os sintomas acima estão presentes e se percebe os batimentos diminuídos, é necessário procurar auxílio médico de urgência para realização de exames e conduta.
Por outro lado pacientes com batimentos acima de 100 apresentam TAQUICARDIA. Essa taquicardia pode ocorrer por situações corriqueiras, como durante exercícios, ansiedade ou febre, rapidamente voltando ao normal, sem necessidade de tratamento.
Em outras situações o coração pode acelerar-se em decorrências de doenças que provocam essa aceleração, tais como o Hipertireoidismo, as Anemias, Síndrome do Pânico, Desidratação, Infecções, após consumo de álcool ou cafeína ou nas Hipoglicemias. O grau de Taquicardia varia com a gravidade dessas condições, e o tratamento será voltado na maior parte das vezes à causa básica do problema.
As Taquicardias também podem ainda ocorrer por problemas específicos do coração, com no caso da Insuficiência Cardíaca (quando o coração se dilata e enfraquece), no caso com vários outros sintomas ou por Arritmias do coração. As chamados Taquiarritmias são um grupo de defeitos dentro do coração, que podem provocar sintoma de palpitação, dor no peito, tonturas e até desmaios, com frequências cardíacas bem elevadas, de até 180 a 200 batimentos por minutos, que ocorrem subitamente, sem fatores causadores, e que também precisam ser encaminhadas aos serviços de urgência para tratamento imediato, e que depois de tratadas na fase aguda podem ser controladas com medicamentos ou por procedimentos de cateterismo cardíaco.
Obrigado por sua atenção, tenha um ótimo dia. Caso deseje, tenha mais dúvidas, não deixe de nos contatar.
Abraço,
Dr. Daniel Lages Dias
Médico Cardiologista, Diretor Tecnico – Novacordis