REABILITAÇÃO CARDIACA.

REABILITAÇÃO CARDIACA

Uma das dúvidas mais freqüentes em consultórios diz respeito à presença de doença cardíaca grave e prática de atividade física. Principalmente naqueles em que se tem diagnóstico recente de cardiopatia associado.

Entretanto, nas ultimas décadas, tem se reconhecido a reabilitação como ferramenta não só para recuperação de pacientes cardiopatas, bem como na prevenção e promoção de saúde para estes indivíduos. Razões para incentivar a pratica não faltam tais como:

1. São as principais causas de morte na maior parte dos países do mundo. São causa importante de incapacidade física e de invalidez e contribuem significativamente para o aumento de despesas com saúde

2. A aterosclerose se desenvolve de forma insidiosa durante décadas e suas manifestações clínicas só se fazem notar nos estágios avançados da doença

3. Em sua maior parte, a doença cardiovascular possui uma estreita relação com estilo de vida, assim como com fatores fisiológicos e bioquímicos modificáveis e essas modificações , reduzem a morbimortalidade por doença cardiovascular, sobretudo para os indivíduos classificados como de alto risco.

5. A carga das doenças cardiovasculares é altamente prevalente e tem crescido nas últimas décadas, paralelamente ao incremento da prevalência de fatores de risco, como obesidade, tabagismo, diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica

Um estudo realizado em Minnesota (EUA), com pacientes que participaram de programas de reabilitação e prática de atividade física, constataram uma redução de 25% na taxa de eventos cardiovasculares para cada incremento na capacidade funcional (resistência ao exercício), produzindo uma diminuição da mortalidade de aproximadamente 10% podendo chegar até 20% na mortalidade global.

Das contraindicações para reabilitação estas estão relacionadas à gravidade do quadro cardiológico/infecioso e todas mudam conforme avaliações subseqüentes. Quer dizer somente está contraindicado o exercício se praticamente estiver internado ou em vias de internação por doença aguda grave.

Ainda dentro das indicações, vale lembrar, que toda atividade física tanto para reabilitação quanto para ganho de qualidade de vida devera ser feita por profissionais habilitados, principalmente naquelas pessoas de mais alto risco. Estes profissionais serão responsáveis pela prescrição e acompanhamento das seções de exercício. Acompanhando e adaptando a rotina de atividades.

Mas quantas vezes na semana? Passada a fase aguda de doença (se estivermos falando de infarto, pode ser após as primeiras 48 horas do evento considerando-se as condições do doente com exercícios simples cujo objetivo inicial e apenas se movimentar. Passada essa fase pode-se iniciar com 3 sessões semanais com duração de 30 a 45 minutos já e o suficiente para ganho de qualidade de vida alem de redução do risco cardiovascular.

Mais uma vez ressalto que a prática de atividade física e alimentação balanceada são os pilares no tratamento de qualquer doença cardiovascular e também na prevenção das mesmas.

Abraços a todos

DANIEL AFONSO D. SEVERINO

CRM 102038