Faça um Bem a Você e ao Meio Ambiente: Pare de Fumar!

Faça um Bem a Você e ao Meio Ambiente: Pare de Fumar!

Nesta semana do Meio Ambiente resolvi aproveitar a nossa coluna para dar um novo enfoque no combate a um dos maiores causadores de doenças no mundo, o Cigarro.

Há muito anos os médicos já conhecem os riscos a saúde trazidos pelo cigarro, e em cada consulta sempre procuram estimular os pacientes a parar de fumar.

O cigarro possui mais de 4000 substâncias diferentes, sendo diretamente relacionado ao risco de doenças nos seguintes sistemas no nosso organismo:

– Coração e vasos (Infarto do Miocárdio, Acidente vascular Cerebral, conhecido como Derrame, Doença Vascular Periférica);

– Cânceres de vários órgãos (pulmão, boca, língua, faringe, laringe, bexiga, esôfago, estômago e outros);

– Doenças Pulmonares (Enfisema, Bronquite Crônica);

– Doenças de estomago (Ulceras e Gastrite);

– Impotência Sexual no homem;

– Aumento do risco de Aborto, diminuição do desenvolvimento do bebê e várias outras doenças para a mãe e para o bebê em mulheres gestantes;

Apesar de todas as campanhas e do esforço de todos, ainda temos cerca de 15% de fumantes em nossa população, e todos anos 6 milhões de pessoas morrem no mundo todo em conseqüência das doenças relacionadas ao Tabagismo.

Mas, o que o Cigarro tem a ver com o Meio Ambiente? Tudo a ver!!! Analisemos os fatos abaixo relacionados a produção e consumo do cigarro:

– A cultura do tabaco é muito dependente do uso de Agrotóxicos. A planta é muito sensível ás pragas, e assim altos níveis de agrotóxicos são necessários durante o cultivo, e o descarte das embalagens nem sempre é feito de forma adequada, contaminando os lavradores, o solo e o ar;

– O cigarro é enrolado em papel, e usa-se ainda madeira para os fornos que secam as folhas de tabaco. Estima-se que 5% do desmatamento de todo o planeta é relacionado à indústria do tabaco; a cada 300 cigarros produzidos (15 maços), uma árvore é derrubada!

– As bitucas de cigarro atiradas no chão por fumantes sem consciência ecológica poluem o meio ambiente e demoram até 5 anos para se decompor, sendo parte importante do lixo urbano, contribuindo inclusive para entupir bueiros e gerar enchentes, basta prestarmos atenção nas enxurradas;

– As pontas de cigarro acessas são responsáveis por até 25% dos incêndios, seja em floresta, quando atiradas pelo fumante “sugismundo” de dentro de seu carro ou dentro de casa, nas histórias por vezes trágicas de fumantes que dormem com cigarro acesso;

– Por fim, o cigarro ao ser fumado é um poluente da atmosfera, a durante a queima do fumo queimam-se também as demais 4000 substancias, muitas delas altamente nocivas. Veja só que lista legal: nicotina, formaldeído, amônia, arsenio, alcatrão, ácido fenilacético, monóxido de carbono, dióxido de carbono, propano, acroleína, cianeto de hidrogenio, acetaldeído, metilglioxal, propanaldeido, acetonitrilo, anilina, piridina, nitrosodimetilamina, nitroso-nor-nicotina, nitrosoanatabina, tolueno, benzopireno, quinolina, cádmio, níquel e zinco;

A pessoa que convive com o fumante (chamada de fumante passivo) ingere também parte significativa destas substancias e tem um aumento de 30% no risco de desenvolver as mesmas doenças que o fumante.

Então, agora além da necessidade de saúde para parar de fumar, temos também os motivos ecológicos para não continuar a nos envenenar.

Mas, como podemos ajudar alguém a parar de fumar? Quais são os tratamentos para interromper o tabagismo? Isto é um bom assunto para uma próxima coluna, mas é preciso ter em mente primeiro que o Tabagismo é uma Doença, uma forma de dependência química, tão séria quanto a dependência de outras substancias, como álcool, maconha ou cocaína.

As pessoas não fumam por “não ter opinião”, por não terem força de vontade. Elas precisam da ajuda de médicos, psicólogos e outros membros da equipe de saúde, e com esta ajuda muitos conseguem parar de fumar.

Podemos ajudá-los procurando sempre estimulando-os a parar de fumar, ressaltando os aspectos positivos em abandonar o cigarro, e os encaminhando aos serviços de saúde.

Um grande abraço, e até a próxima!

Dr. Daniel Lages Dias

Medico Cardiologista

Diretor técnico Clinicordis Paulínia